Viúva de Valdetário é condenada a 24 anos e seis meses pela morte de Elinaldo Simião


FOTOS: JORNAL O MOSSOROENSE

O júri popular da cidade de Pau dos Ferros se reuniu ontem para julgar Aguinalda Fernandes Benevides, popularmente conhecida como 'Neta Carneiro', viúva do assaltante Valdetário Carneiro. Ela é acusada de ter mandado executar a tiros o agropecuarista Elinaldo Simião Pereira, no dia 10 de abril de 2006.

A sessão do júri foi presidida pelo juiz José Ricardo Dahbar Arbex, que teve como representante do Ministério Público os promotores Patrícia Antunes Martins e Hermíno Souza Perez. Após a decisão dos jurados, o juiz deu a sentença, condenando a ré a 24 anos e seis meses de reclusão.

Durante o júri, o MP enfatizou a frieza da mandante do crime e pediu a pena máxima por parte dos jurados, entendendo que justiça deveria ser feita e que o crime não ficasse impune. Para reforçar os argumentos, os promotores apresentaram um vídeo exibido no programa Linha Direta, da Rede Globo, onde Elinaldo Simião aparece dizendo que ele seria a próxima vítima.

Outras provas foram apresentadas, que confirmam a participação de Neta como a mandante do crime. A sessão foi encerrada por volta das 18h, após defesa e acusação debaterem os trâmites arrolados no processo. Mesmo a defesa alegando que os acusados do crime teriam confessado a autoria do homicídio sob tortura, o júri decidiu pela condenação de Neta de Valdetário.

Rogério de Lima e Márcio Francilino, que também são acusados e seriam julgados no mesmo processo, tiveram desmembramento do caso, a pedido dos advogados e deverão ir a júri em outra data.

O PROCESSO

De acordo com o processo apresentado pelo Ministério Público, o assassinato de Elinaldo Simião custou para Neta R$ 10 mil e foi executado por Rogério de Lima Costa, 29 anos. Ele teria recebido R$ 3 mil assim como Márcio Francilino, 31 anos, que foi contemplado com a mesma quantia do parceiro. O restante do dinheiro, R$ 3 mil, foi pago ao então preso "Osvando Caçador", que informou aos criminosos o momento que Elinaldo chegaria à Pousada Parque das Serras, onde residia. Além disso, dois homens identificados como 'Maguim e Gordim', responsáveis pelo resgate de Rogério e Márcio, após o crime receberam R$ 1 mil.

Os criminosos executaram Elinaldo Simião quando ele chegava à Pousada Parque das Serras, no bairro São Benedito, em Pau dos Ferros, onde os executores aguardaram a vítima fechar a porta do veículo, um Corsa ST, de cor vermelha, placa KLA - 1786. Naquele momento, se aproximaram em uma motocicleta e o surpreenderam com vários disparos de arma de fogo. Ainda de acordo com o relatório, quando Elinaldo Simião estava ferido e caído ao chão, sem esboçar reação de defesa, Rogério de Lima Costa aproximou-se e descarregou contra a vítima toda a munição da pistola Taurus, calibre 380, que trazia consigo.

O Instituto Técnico e Científico de Polícia (Itep), juntamente com o delegado encarregado do inquérito na época, Inácio Rodrigues, contaram sete marcas de tiro no corpo de Elinaldo e encontraram várias cápsulas de pistola 380 próximos ao corpo. Elinaldo Simião foi atingido na cabeça, tórax e pés.

Fonte: Jornal O Mossoroense

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