Negligência

A segurança pública do Rio Grande do Norte que anda pelas tabelas faz tempo, vai sofrer mais um duro golpe. A partir de 1o de setembro, ou seja, daqui a 24 dias, o Governo do Estado terá que substituir todos os policiais civis e militares por delegados concursados. Como não foi realizado concurso para suprir essa necessidade, pelo menos 70 municípios (quase a metade do RN) ficarão sem delegados. O que isso implica? Os crimes não serão investigados por falta de delegados. Evidentemente, não precisa ser especialista da área para temer o avanço da criminalidade, já bastante acentuado nesse momento. Imagine que a impunidade é um dos incentivadores para o alto índice de crimes, uma vez que elementos nocivos à sociedade se amparam na falta de punição. Agora, porque o Governo do Estado não evitou esse novo problema? Simples: trata-se de flagrante de descompromisso com a segurança da população. Definitivamente, essa área não é prioridade. Veja só. O governo teve prazo de um ano, dado pelo Tribunal de Justiça do Estado, confirmado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), para substituir os policiais por delegados concursados. O prazo termina no dia 30 deste mês sem que o concurso público tenha sido realizado. Vale lembrar que a partir desta data, a governadora Wilma de Faria (PSB) sofrerá multa de R$ 5 mil/dia em caso de descumprimento, o que sugere que ela decidirá pela exoneração dos chamados “tapa-buraco”, ou seja, os policiais civis e militares que estão respondendo pela titularidade das delegaciais. O mais grave é que o próprio governo admite a sua falha. O delegado-geral da Polícia Civil, Ben-Hur Cirino de Medeiros, disse que a deficiência será amenizada pelo acúmulo de função dos atuais delegados concursados, mas que não será suficiente para suprir as necessidades. A única solução é o concurso público, que já deveria ter sido realizado há pelo menos um ano, porém, o governo não tem qualquer previsão. As consequências, que serão danosas, atingirão exclusivamente o cidadão, que continua desamparado, cada vez mais exposto aos bandidos.

(Fonte: Colunista César Santos - Jornal Defato)

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