Tragédia em Mossoró

Criança de três anos ateia fogo e mata irmão de oito dias
Tragédia é a expressão que mais se aproxima de uma possível tradução do que uma família mossoroense passou no último fim de semana. De acordo com a jovem de 17 anos, mãe de uma criança de 3 anos e outra de oito dias, a criança mais velha ateou fogo na caçula, que não resistiu às queimaduras e morreu na última quarta-feira. Segundo informou a jovem, ela estava lavando as fraldas do bebê quando o filho mais velho saiu em direção ao quarto e ao perceber algo estranho, já era tarde, a criança tinha tocado fogo no colchão do berço.

Desesperada a mãe correu para tentar salvar o bebê, e se queimou ao atirar-se no berço para tirar o pequeno. "Quando eu vi aquele fogo corri para salvar o meu bebê, foi assim que me queimei", desabafou a mãe. Sem perder tempo, os pais das crianças as levaram ao Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM) e em seguida foram transferidos para a capital do Estado. Lutando pela vida do indefeso bebê desde a manhã do sábado passado, na última quarta-feira a criança não resistiu e morreu.

A avó das crianças disse que desde que o bebê nasceu o irmão sentia ciúmes dele, sempre querendo copiar suas ações, querendo que a mãe desse banho do mesmo jeito, comer, dormir e etc... De acordo com o psicólogo Paulo Henrique, esse é um caso que deve ser opinado diante o estudo pessoal com os envolvidos. Ele explicou que durante a fase dos três anos de idade é que são desenvolvidos alguns critérios culturais, inclusive de limites. "Ele até poderia saber que estava errado. Mas não acredito que tenha consciência da gravidade dos atos", citou.

O caso será investigado pela Segunda Delegacia de Polícia (2ª DP). Ontem, o bacharel Rubério Pinto se encontrava durante a tarde no Complexo Penitenciário Agrícola Mário Negócio (CPAMN). O promotor Ítalo Moreira acredita que o caso não deverá ter acusados. Ele explicou que no caso da mãe (mesmo sendo adolescente) ser considerada responsável pelo crime, nesses casos a Justiça concede o "Perdão Judicial", acreditando que a dor de ter perdido um filho já seja a maior punição de qualquer ato relapso.
Fonte: Mayara Amorim (mayara.amorimf@gmail.com) - Jornal O Mossoroense

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