Gerador de 60 mil empregos diretos e indiretos e responsável por 97% da produção nacional, o setor salineiro potiguar vem perdendo, sistematicamente, espaço no mercado brasileiro para o produto chileno.
O Chile avança no mercado nacional de forma desleal, praticando frete abaixo do mercado, numa tentativa de desestabilizar a indústria potiguar, maior fornecedora do país. O Brasil, por sua vez, é um dos maiores consumidores do mundo.
Em 2008, o Chile vendeu para o Brasil 200 mil toneladas de sal, quantidade que deixou de ser comercializada pela indústria potiguar. Para este ano a previsão é de que cerca de 700 mil toneladas de sal chileno desembarquem no Brasil, com prejuízos para o setor no RN.
Para Emerson, a ampliação do Terminal Salineiro de Areia Branca, orçada em R$ 160 milhões e que recebeu a licença prévia do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) na semana passada para começar as obras, é vital para a recuperação do Estado perante a ação dos chilenos no mercado nacional.
O preço real do frete do Chile para Santos (SP) gira em torno de 50 dólares, mas o Chile cobra 17 dólares. Assim, o preço do produto oferecido por aquele país ao Brasil é bem mais em conta que o do Rio Grande do Norte.
Isso acontece porque os navios chilenos compensam o frete do sal com o frete do ferro, uma vez que, após deixarem o sal em Santos (SP), eles não retornam vazios para o Chile, mas sim, carregados de ferro.
"É como se o sal deles pegasse carona no transporte do ferro. O navio tem que vir para o Brasil pegar o ferro, então, eles trazem o sal a preços módicos, lembra Emerson - Presidente da Codern.
Para o presidente da Codern, é preciso haver uma reação por parte do Brasil em geral e do RN em particular, uma vez que o declínio da indústria salineira significará a perda de muitos empregos no RN.
A ação dos chilenos pode prejudicar a própria indústria química do Brasil. Isso porque, de acordo com Emerson, "há fortes indícios de que se conseguirem o intento de desestabilizar os produtores potiguares, os chilenos poderão colocar o preço que bem quiserem no mercado brasileiro".
Fonte: Jornal O Mossoroense
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