RN tem redução de 16% em transplantes

A fila de espera por um transplante é muito extensa, muitos pacientes não resistem à espera e morrem sem terem recebido o órgão. Em todo o país, o número de transplantes feitos em 2008 teve um aumento de 10%, entretanto esse aumento não se repetiu em todos os Estados. O ano de 2008 teve 19.125 transplantes, contra 17.428 no ano anterior. No caso do Rio Grande do Norte, houve um decréscimo de 16% no número de transplantes de órgãos e tecidos realizados no último ano, segundo dados do Ministério da Saúde.

No interior do Estado, não existe nos hospitais nenhum departamento responsável por cadastrar pacientes com necessidade de transplante. Esses dados são coletados na capital. O Hospital Walfredo Gurgel, em Natal, é o único local em todo o Estado em que existe uma central de transplante para cadastrar pacientes na fila de espera. De acordo com a coordenadora da central de transplantes do hospital Walfredo Gurgel, Francinete Guerra, atualmente existem 1.327 na fila de espera. São pessoas de todos os municípios do Estado.

"Todas as cidades do Rio Grande do Norte têm pacientes que fazem hemodiálise, por exemplo, mas só existe uma central. E para conseguir o transplante, o paciente tem que estar inscrito aqui", informa a coordenadora. Em relação à demanda por órgãos, a maior quantidade de pessoas está na fila de espera por um rim (864). Em segundo lugar na lista de transplantes estão os pacientes que precisam de córnea (453). Nove pacientes esperam por um fígado e apenas um está na lista à espera de um transplante de coração.

Francinete ainda informa que não existe nenhum tipo de cadastro de pessoas voluntárias para a doação de órgãos ou tecido. "Isso não acontece porque no Brasil a doação é feita através do consentimento da família do paciente", revela a coordenadora. Segundo ela, a doação de alguns órgãos só pode ser feita quando o paciente apresenta morte encefálica, e esses casos representam apenas 1% do total de mortos. "Quando a pessoa está viva pode doar apenas um rim, uma parte do fígado, a medula óssea e um pulmão. Se a pessoa for de maior, ela realiza o teste de compatibilidade para saber se pode doar, mas se for de menor precisa do consentimento de um juiz", explica Francinete.

Apesar de os dados apresentados pelo Ministério da Saúde revelarem que o número de transplantes diminuiu no Estado, a coordenadora da central revelou que a quantidade de pessoas que desejam fazer algum tipo de doação aumentou. "Isso se deve muito ao papel da mídia, de informar à população sobre o assunto. Isso fez que o número de pessoas interessadas na doação aumentasse muito, e se a mídia continuar fazendo esse trabalho, esses números podem aumentar ainda mais, porque o que as pessoas precisam é serem informadas", garante Francinete Guerra.

Em Natal, os transplantes são realizados no Hospital do Coração, Hospital Onofre Lopes, no Natal Hospital Center e na Prontoclínica de Olhos.

Segundo o ministério, cerca de 95% dos transplantes são realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que também subsidia todos os medicamentos imunossupressores de que os pacientes necessitam.

(Fonte - Jornal O Mossoroense)

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