“Fábrica de óbitos” - Por César Santos - Jornal Defato

As chuvas de abril destruíram grande parte da malha viária do Rio Grande do Norte. Estradas não suportaram a força das águas, pontes desabaram. O caos. O Governo do Estado fez as contas. A governadora Wilma de Faria (PSB) apresentou ao presidente Lula do PT. Pediu, de imediato, a liberação de R$ 98 milhões. Naquele momento, o Governo Federal estava editando Medida Provisória (MP) reservando R$ 500 milhões para o Nordeste. O pedido da governadora está incluído. Quatro meses depois, nenhum centavo de real foi enviado. Em consequência, as rodovias que interligam cidades e região e atravessam o RN estão destruídas. Em algumas regiões, intransitáveis. São os casos das RNs 117, interditada no trecho entre Riacho da Cruz e a BR-405, altura do município de Itaú; e a 226, que liga Caraúbas a Apodi, onde uma ponte debasou e o trânsito vem sendo feito por um desvio. Nessas duas áreas, um agravante: como o Departamento de Estradas e Rodagens (DER-RN) não instalou a devida sinalização, os acidentes vem ocorrendo com frequência, in clusive, com morte. O deputado estadual Getúlio Rêgo (DEM) denunciou o descaso no plenário da Assembléia Legislativa, afirmando que as rodovias esburacadas estão se transformando em “fábricas de óbitos”, lembrando a morte de um policial militar que caiu em uma das crateras da RN-117, próximo ao município de Riacho da Cruz. O grave problema, no entanto, não tem alertado os governos estadual e federal para a necessidade de medidas urgentes. O tema, a bem da verdade, caiu no esquecimento, não sendo possível, nesse momento, esperar qualquer providência. O que é lamentável.

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