Rebelião na delegacia de Pau dos Ferros

Os cerca de 40 presos de Justiça que ocupam as quatro celas existentes na Quarta Delegacia Regional de Polícia Civil (4ª DRPC) se rebelaram na madrugada desta quinta-feira (24/4) e atearam fogo nos colchões e objetos que se encontravam no local.
Uma tragédia de conseqüências graves só não aconteceu porque o delegado Inácio Rodrigues de Lima Neto, chegou na hora e mobilizou a equipe, que com muito esforço conseguiu debelar as chamas, já ameaçando se espalhar por todo o prédio.
Tudo teve início no dia anterior, quando uma fuga de dez apenados foi frustrada. "Eles já tinham serrado as grades das celas e esperavam a noite chegar para se evadir. O plano vazou, nós tivemos de isolar aquele local e remover os ocupantes distribuindo-os para as salas vizinhas", disse a autoridade policial.
Os detentos, segundo Inácio Rodrigues, usaram como álibi para se rebelar o fato de cinco deles já estarem condenados e ainda não terem sido transferidos para uma penitenciária, como determina a lei; enquanto que os demais reivindicam o direito da visita íntima e de tomar banho de sol.
"É uma situação bastante difícil. Nós não temos como atender estas exigências, haja vista a não-existência de espaço físico na delegacia. Lá existem cinco celas e todas elas estão superlotadas, sem nenhum espaço com capacidade de colocá-los para tomar banho de sol", argumenta Inácio Rodrigues.
De pelo menos quatro reivindicações feitas pelos presos, somente uma tornou-se possível ser atendida, que foi a presença de um representante do Ministério Público no local para tomar conhecimento da difícil situação pela qual passa aquela população carcerária.
O promotor Wilkinson Barboza, ainda no expediente matutino de ontem, foi ver de perto os estragos causados pelos presos e oportunamente conversou com alguns deles. Um acordo foi firmado no sentido de que medidas serão adotadas por ele para diminuir a superlotação e em caráter de urgência pelo menos três deles - mentores da rebelião - seriam transferidos para a Cadeia Pública Manoel Alves Pessoa Neto, na cidade de Caraúbas.
No entanto, mesmo com a adoção imediata de medidas por parte do Ministério Público pau-ferrense, a tensão na 4ª DRPC não diminuiu, a ponto de o delegado Inácio Rodrigues ter se mantido em estado de alerta, juntamente com sua equipe e a Polícia Militar também de sobreaviso.
Os estragos nas celas foram recuperados durante todo o dia de ontem e os apenados reconduzidos novamente para as antigas acomodações, à exceção dos que lideraram a baderna. Estes vão ter de ficar em uma área reservada e sob um forte esquema de vigilância. Para o delegado Inácio Rodrigues, a transferência destes apenados para outros presídios vai ocasionar a volta da calmaria à 4ª DRPC e diminuir a preocupação reinante em centenas de pessoas que residem nas áreas circundantes à delegacia.
(Fonte: Gazeta do Oeste)

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