O PREÇO DA CRIMINALIDADE

Houve uma inversão das coisas nesse passar de tempo. Antigamente, e foi como nos ensinaram os mais antigos, as pessoas ruins que cometiam crimes eram excluídos da sociedade e condenados a cumprir pena pelo crime que cometeram. Hoje se vê completamente diferente são endeusados e muitos deles aclamados como verdadeiros heróis, pelo menos é o que se deduz diante das atitudes de parte do povo.A Polícia Federal, depois de muitas investidas, prendeu um dos mais fortes bandidos internacionais, um homem de uma fortuna imensa adquirida à custa da contravenção, um crime catalogado pela nossa lei, quando agora o povo o consagra como figura importante. Formam-se filas quilométricas de pessoas em busca de comprar bem pertencente do criminoso Abadia, desde uma cueca até um outro pertence de maior significação. Se perguntarem a razão disso, ninguém de bom senso sabe explicar, pois antigamente eram conservados pertences e lembrança de pessoas que tiveram em vida valor moral a ponto de se tornarem, inclusive, santos. Da figura do bandido, ao contrário, tudo era exterminado como uma forma de não preservar aquilo que foi nocivo na coletiva. Bandidos e muito menos seus pertences não tinham valor na sociedade e não se tornavam fonte alimentadora de fé e esperança.Ouvimos do próprio presidente da Republica, num pronunciamento na televisão e outros órgãos de divulgação, de que era mais fácil administrar um povo humilde do que os grandes. Claro, os grandes porque pela própria natureza, e como muito bem se entende pela quantidade de riquezas acumuladas, são sabidos, agem com raciocínio, enquanto a classe menos favorecida tem mais tendência para mediocridade, com raras exceções, como se constata pela quantidade de elementos que se postam numa fila quilométricas para adquirir ao menos uma cueca de um bandido que contribuiu, quando livre, para usurpar os recursos do próprio povo. É lastimável isso acontecer, eis a razão pela qual vivemos durante mais de quinhentos anos numa verdadeira penúria, numa pobreza deplorável.
WILSON BEZERRA DE MOURA - professor da Uern e vice-presidente da Amol

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