Artigo Publicado no Jornal Resenha do Alto Oeste em 18/02/2008
Por Flaubert Fernandes Torquato Lopes que é Engenheiro Agrônomo e Professor Adjunto da UERN (Campus Pau dos Ferros)
Por Flaubert Fernandes Torquato Lopes que é Engenheiro Agrônomo e Professor Adjunto da UERN (Campus Pau dos Ferros)
Embora as estatísticas sobre o desmatamento em nosso país não ofereçam muita segurança, não resta dúvida de que a situação piorou drasticamente nos últimos anos. Primeiro, destruíram a mata Atlântica, depois foi a vez da Floresta Amazônica sofrer as conseqüências da derrubada ilegal de árvores. Estudo patrocinado pelo Ministério do Meio Ambiente e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais mostrou que somente nos dois últimos meses de 2007, a devastação na Amazônia brasileira correspondeu a uma área superior a 3.200 quilômetros quadrados de floresta.
São muitas as conseqüências do desmatamento: destruição da biodiversidade; erosão e empobrecimento dos solos; enchente e assoreamento dos rios; diminuição dos índices pluviométricos; elevação das temperaturas; desertificação; proliferação de pragas e doenças, entre outras. O desmatamento envia grandes quantidades de dióxido de carbono (CO2) à atmosfera, exercendo uma influência considerável para o aquecimento do planeta.
A despeito dos casos da Floresta Amazônica e da Mata Atlântica sejam os mais preocupantes, a derrubada indiscriminada de árvores ocorre nos quatro cantos do país, inclusive na nossa querida cidade de Pau dos Ferros.
Infelizmente, a prefeitura local não tem dado sua contribuição para conter o aquecimento global. Pelo contrário, enquanto em várias partes do mundo se intensifica, via políticas públicas, práticas e esforços no combate ao desmatamento e pela preservação e defesa do meio ambiente, as medidas de derrubada de árvores patrocinada pelo poder público municipal são atitudes que prejudicam não só a qualidade de vida das pessoas, como também o bom funcionamento climático da cidade. O caso da derrubada das árvores da Avenida Independência é escandaloso, para não dizer criminoso.
A rigor, desde o início do mandato do atual prefeito em 2005, a prefeitura tem perseguido implacavelmente esta avenida. Agora conseguiu o seu maior êxito: destruir toda a arborização da Independência.
A prefeitura de Pau dos Ferros não tinha o direito de, a qualquer pretexto, derrubar as árvores de forma violenta da Avenida Independência, principal artéria da cidade. Qual a justificativa para o abate das árvores? As árvores estavam condenadas (doentes)? As árvores significavam alguma possibilidade de perigo para a segurança rodoviária? Pelo que se sabe, nem uma coisa, nem outra. As árvores estavam em boas condições de saúde e não representavam perigo ao trânsito da avenida. Algumas delas foram plantadas há muito tempo pelos próprios moradores. Não havia necessidade. Foi uma atitude grotesca e perversa. É bom lembrar o que diz mitologia: quem derruba inutilmente as árvores ou caça animais do mato é punido pelo curupira.
Em uma cidade onde as áreas verdes já são diminutas, onde o clima é quente e seco e a temperatura é elevada não se deve tolerar mais derrubadas de árvores, seja por quem for, seja porque motivo for. Desgraçadamente, a prefeitura não levou em consideração o raciocínio da preservação ambiental, pretendendo defender, com argumento ridículo, o embelezamento da Avenida. Ora, que projeto de paisagismo é esse que não resguarda a natureza e nem respeita o meio ambiente. Com certeza qualquer projeto de jardinagem decente e eticamente responsável poderia ter preservado as árvores do local. Como vemos, o que está acontecendo em Pau dos Ferros é totalmente desnecessário, fruto do poder de mando exacerbado e equivocado das autoridades de plantão.
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