Mais recursos para combater as doenças da pobreza

Hanseníase, tuberculose, malária e dengue são conhecidos no jargão sociológico como "doenças da pobreza". Trocando em miúdos, elas só existem e resistem porque há um substrato que forma um excelente caldo de cultura para seu aparecimento e persistência. É a pobreza de milhões de brasileiros que persiste como saldo negativo de uma política de concentração de rendas, de corrupção, de desvios de recursos públicos para o atendimento de interesses privados e, acima de tudo, a falta de políticas públicas cidadãs e republicanas capazes de garantir, a maioria dos brasileiros, direitos básicos que se satisfeitos mudariam completamente o quadro de miserabilidade que o governo Lula herdou dos 500 anos de governos elitistas. Do ponto de vista médico, o combate a hanseníase, a tuberculose, a malária e a dengue são coisas superadas, favas contadas, café pequeno. Não se pode negar que há campanhas e mais campanhas no sistema de saúde para o combate a essas doenças, mas elas insistem e persistem por uma simples razão. Porque esqueceram de extirpar o tumor maligno que gera todos os males: a pobreza. Mais 4 bilhões de dólares estão sendo destinados a combater estes fantasmas vivos que geram tantos mortos, como se estivéssemos numa Macondo de 8,r milhões de quilômetros quadrados. E ainda tem imbecis chapas que criticam o governo porque faz programas de erradicação da pobreza, quando se sabe que erradicar a pobreza é o único caminho para erradicar também males como a hanseníase, a tuberculose, a malária, a dengue, a febre amarela, o cólera e grande parte da violência que reina no país e, ainda, da marginalização e da corrupção que é alimentada pela falta de esclarecimentos do cidadão quanto ao seu direito de fiscalizar.
Fonte: Crispiniano Neto - Jornal de Fato

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