STATUS

O brasileiro vaidoso por natureza adepto do “morra o bucho e viva o luxo” sofre que nem um condenado para manter as aparências. Quando nasce a primeira ordem do pai é, “você vai ser dotô” e aí o coitado é obrigado a cumprir uma sina determinada pelos familiares e não pelo destino. Forma-se numa faculdade vaco-vaco e torna-se um “dotô sabugo” como diagnosticava um velho parente. Prefere ostentar um anelão no dedo e exercer uma atividade que não tem nada a ver com a formação acadêmica, a fazer um curso técnico que proporcione-lhe colocação imediata ganhando dez vezes mais. E é o que estamos assistindo, vagas sobrando em muitas profissões e doutores á profusão perambulando carregado de papel, cujas embalagens parecem mais um compêndio, batendo de porta em porta.Quantas chances desperdiçadas, não por culpa dos desempregados, mas do sistema rudimentar que abandonou as escolas técnicas agrícolas, comerciais e industriais para ceder lugar aos megas e mercenários investidores do ensino particular que oferecem formaturas como uma mercadoria qualquer. É por isso que comumente ouvimos comentários do tipo “como é que pode fulano, analfabeto de pai e mãe, e consegue enricar...”E aí faz-nos lembrar de um empresário muito bem de vida cuja atividade é nada mais do que uma parceria com os principais matadouros do nordeste onde tem a exclusividade na compra da bílis dos animais abatidos, que são exportadas para diversos países do mundo para uso na indústria farmacêutica e outras. Claro são exceções e um negócio até certo ponto exótico, mas o quero dizer é que as chances estão por toda parte e não somente quem ostenta na parede um diploma superior e claro também que é muito importante a formação acadêmica, entretanto com consciência e não somente como status.
Fonte: Rutílio Coelho – Gazeta do Oeste

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