Terremoto atinge cidades do alto oeste e parte do Ceará

MÁRCIO COSTA
Editor do Regional - Jornal O Mossoroense
ALTO OESTE - Cidades do Alto Oeste do Estado foram atingidas na manhã de ontem por fortes abalos sísmicos, estimados pelos técnicos da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) como de médio porte, mas de grande intensidade.
Estimativas apresentadas na tarde de ontem pelos técnicos da UFRN apontam para registros da ordem de 3 graus na escala Richter que atingiram a cidade de Taboleiro Grande, epicentro do tremor, e outros municípios da região, incluindo Potiretama, no Ceará.
Segundo moradores da cidade oestana, o primeiro grande abalo ocorreu às 7h50 logo após um forte ruído. O tremor mantido por poucos segundos acarretou em danos na estrutura de residências e prédios públicos. Edificações tiveram as paredes rachadas e em alguns casos os forros chegaram a cair, motivada pela ação do tremor.
O fenômeno não resultou em vítimas, mas o número de atendimentos no hospital da cidade cresceu principalmente com a presença de idosos que passaram mal após o incidente.
Um segundo tremor, de menor intensidade, foi sentido em Taboleiro Grande por volta das 10h, ampliando o pânico em meio à população que teme pelo registro de novos abalos.
Na tarde de ontem, os técnicos do Laboratório de Sismografia da UFRN se deslocaram para a região na tentativa de identificar a origem do abalo. A Universidade mantém sete sismógrafos em funcionamento no médio e Alto Oeste do Estado, dos quais um instalado na zona rural de Taboleiro Grande.
Segundo moradores da cidade oestana, os tremores já vinham ocorrendo em proporções menores, sentidos principalmente à noite e pela madrugada, período de menor movimentação em todos os segmentos do município oestano, o que facilita a identificação de fenômenos com menor intensidade.
Municipios da região serrana sentiram o tremor
Situadas nas proximidades do epicentro do abalo sísmico, várias cidades do Rio Grande do Norte sentiram o tremor registrado na manhã de ontem.
Cidades como Riacho da Cruz, Portalegre, Pau dos Ferros e Umarizal foram atingidas pelo tremor registrado por volta das 7h50.
Em Riacho da Cruz, o fenômeno gerou um cenário de medo na principal escola da cidade, Escola Camila de Lellis, onde os alunos foram surpreendidos com os efeitos do abalo sísmico.
"As crianças que estavam em aula se assustaram com o tremor que pôde ser sentido pela movimentação das cadeiras, portas e janelas", destaca o funcionário público Francisco Jarbas Paiva.
Segundo Jarbas, o fenômeno foi sentido em praticamente todo o município e gerou preocupação em meio à população local.
Em Umarizal, que encontra-se acerca de 40 quilômetros de Taboleiro Grande, o tremor foi sentido em menor escala. Os efeitos atingiram a zona rural e apenas parte da zona urbana, mesma realidade da cidade de Pau dos Ferros, onde os tremores foram sentidos em pontos isolados.
HISTÓRICO
Os registros dos primeiros tremores no Alto Oeste do Estado se voltam para a década de 40, quando a região de Frutuoso Gomes foi atingida por um forte tremor que atingiu outras cidades da região como Martins, Almino Afonso e Lucrécia.
Nos anos oitenta, o Rio Grande do Norte acompanhou os efeitos do maior terremoto já registrado em solo potiguar. O fenômeno atingiu a cidade de João Câmara, onde parte das edificações foi destruída pela ação de tremores ocorridos em seqüência.
Em julho de 2005, a região do Vale do Apodi voltou a registrar fortes tremores. Além de Apodi, cidades como Severiano Melo e São Francisco do Oeste foram alvos de fortes abalos sísmicos que alcançaram 2,3 graus na escala Richter, que chegaram a atingir Taboleiro Grande e municípios cearenses.

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