O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis) no Rio Grande do Norte, responsável pela quantificação de animais mortos, ainda não sabe qual a causa do incidente.
De acordo com a bióloga Rose Dantas, que denunciou as mortes, há a possibilidade de ter havido, dias antes do desastre ambiental, uma descarga de metais pesados.
Dantas, que presta serviços para a UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte) e fiscaliza, sem ser remunerada, a situação do rio, afirma que essas substâncias podem ter sidos usadas por empresas de limpeza de fossas, que costumam descarregar, de maneira clandestina, detritos nas águas do Potengi.
"Talvez elas tenham feito isso para tentar disfarçar o estrago que estavam causando, e tiveram um efeito contrário", diz a bióloga.
Ela afirma que ao menos 11 empresas jogam nele o que retiram das fossas. Há também uma grande quantidade de esgoto doméstico que chega ao rio, muitas vezes vindo da população ribeirinha, diz.
"Eles [ribeirinhos] já chegaram a vender alguns peixes mortos, por que eles não sabiam o que tinha acontecido", afirma Dantas.
As pessoas que vivem à beira do rio também usam a água do Potengi para consumo. Por isso, segundo Dantas, muitos contraíram diarréia, amebíase (infecção por parasita ou protozoário) e hepatite.
A capital potiguar enfrenta uma crise de saneamento básico. Apenas 33% de Natal possui rede de esgotos. Além disso, cerca de 36% de seus moradores recebem água contaminada por nitrato.
Fonte: www.folhaonline.com.br
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