Em pouco mais de um mês a pequena Débora, 3, vai começar a conhecer um mundo novo. Diagnosticada com surdez profunda aos 2 anos de idade, nunca ouviu as constantes declarações de amor de seus pais. A maior de todas ainda está sendo feita. Apesar de ainda não ouvir - e por consequência não falar, Débora compreende o que seus pais fizeram, e ainda fazem por ela. Ao receber o diagnóstico da filha o ex-gerente administrativo Murilo Gomes da Silva, 47, e a ex-empresária Patrícia Valéria Lima da Silva, 44, não pensaram duas vezes. Largaram tudo que lhes proporcionava uma vida confortável no estado das Minas Gerais e se mudaram para o Rio Grande do Norte em busca do tratamento que dará audição à sua filha.
Emocionado, Murilo lembra como começou a desconfiar da surdez da filha. ‘‘Eu abria a porta do apartamento e ela não se virava para me receber. Começei a fazer testes. Balançava as chaves por trás da cabeça dela e ela não olhava’’, disse. O sofrimento de Murilo e sua esposa crescia na mesma medida em que o problema não era diagnosticado. Eles chegaram a consultar uma fonoaudióloga que não percebeu a surdez da menina. Por fim consultaram um otorrinolaringologista que diagnosticou a surdez profunda idiopática de Débora. A partir desse dia, Murilo e Patrícia viram suas vidas ficarem de pernas para o ar.
A surdez severa ou profunda bilateral é o nível mais elevado que um ser humano pode chegar na deficiência auditiva. As pessoas que sofrem desse tipo de surdez não conseguem resposta satisfatória com o uso de aparelhos auditivos convencionais. A deficiência pode ter origem desde o nascimento ou se apresentar gradativamente nos indivíduos em diferentes etapas da vida. O cirurgião Rodolpho Penna Lima explica que a surdez é uma deficiência silenciosa. ‘‘Entre mil crianças, uma a cada cinco nasce com algum grau de surdez’’, alerta o médico.
O mesmo médico que diagnosticou a deficiência de Débora indicou o tratamento: o implante coclear. Porém, outras dificuldades surgiram. Além do alto custo para a cirurgia - em torno do R$ 45 mil - o tratamento só é realizado em três estados brasileiros: São Paulo, Rio Grande do Sul e Rio Grande do Norte. Sem pensar duas vezes, o casal mudou-se para o estado em busca do tratamento que tiraria sua filha do silêncio. Passados dez meses desde a chegada do casal ao estado, a pequena Débora recebeu o aparelho que lhe devolverá a audição. Ela fez a cirurgia no último dia 14 (quarta-feira) no Hospital do Coração. A partir de então vai aguardar a cicatrização da incisão feita para introduzir o chip - que desempenhará a função do ouvido - para começar o processo de programação e adaptação do paciente ao implante.
Hoje Murilo e Patrícia estão morando em Parnamirim, em uma casa alugada e dependem de ajuda de amigos e familiares que residem no estado para sobreviver. Os dois estão desempregados. Mas não se arrependem, em nenhum minuto do que fizeram. ‘‘Foi uma experiência abençoada que pôs à prova muitas coisas, inclusive o nosso casamento e nossa fé’’, disse Murilo. Agora o casal só tem um sonho, ouvir pela primeira vez a voz da filha.
GABRIELA FREIRE
DA EQUIPE DE O POTI
Emocionado, Murilo lembra como começou a desconfiar da surdez da filha. ‘‘Eu abria a porta do apartamento e ela não se virava para me receber. Começei a fazer testes. Balançava as chaves por trás da cabeça dela e ela não olhava’’, disse. O sofrimento de Murilo e sua esposa crescia na mesma medida em que o problema não era diagnosticado. Eles chegaram a consultar uma fonoaudióloga que não percebeu a surdez da menina. Por fim consultaram um otorrinolaringologista que diagnosticou a surdez profunda idiopática de Débora. A partir desse dia, Murilo e Patrícia viram suas vidas ficarem de pernas para o ar.
A surdez severa ou profunda bilateral é o nível mais elevado que um ser humano pode chegar na deficiência auditiva. As pessoas que sofrem desse tipo de surdez não conseguem resposta satisfatória com o uso de aparelhos auditivos convencionais. A deficiência pode ter origem desde o nascimento ou se apresentar gradativamente nos indivíduos em diferentes etapas da vida. O cirurgião Rodolpho Penna Lima explica que a surdez é uma deficiência silenciosa. ‘‘Entre mil crianças, uma a cada cinco nasce com algum grau de surdez’’, alerta o médico.
O mesmo médico que diagnosticou a deficiência de Débora indicou o tratamento: o implante coclear. Porém, outras dificuldades surgiram. Além do alto custo para a cirurgia - em torno do R$ 45 mil - o tratamento só é realizado em três estados brasileiros: São Paulo, Rio Grande do Sul e Rio Grande do Norte. Sem pensar duas vezes, o casal mudou-se para o estado em busca do tratamento que tiraria sua filha do silêncio. Passados dez meses desde a chegada do casal ao estado, a pequena Débora recebeu o aparelho que lhe devolverá a audição. Ela fez a cirurgia no último dia 14 (quarta-feira) no Hospital do Coração. A partir de então vai aguardar a cicatrização da incisão feita para introduzir o chip - que desempenhará a função do ouvido - para começar o processo de programação e adaptação do paciente ao implante.
Hoje Murilo e Patrícia estão morando em Parnamirim, em uma casa alugada e dependem de ajuda de amigos e familiares que residem no estado para sobreviver. Os dois estão desempregados. Mas não se arrependem, em nenhum minuto do que fizeram. ‘‘Foi uma experiência abençoada que pôs à prova muitas coisas, inclusive o nosso casamento e nossa fé’’, disse Murilo. Agora o casal só tem um sonho, ouvir pela primeira vez a voz da filha.
GABRIELA FREIRE
DA EQUIPE DE O POTI
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