Se para as pessoas sem qualquer problema físico o dia-a-dia é estressante, imagine para quem depende de adaptações ou da ajuda de terceiros para se locomover. Esta quarta-feira é dedicada ao Dia Nacional do Deficiente Físico, mas muito pouco se tem a comemorar em comparação ao tamanho da discriminação.
Por entender que as pessoas com algum tipo de deficiência clamam pela eliminação dos entraves, a deputada estadual reeleita Larissa Rosado teve aprovado no ano de 2003 um projeto de lei que assegura aos portadores de deficiência, ou com mobilidade reduzida, o direito à acessibilidade mediante a supressão de barreiras e obstáculos nas vias, espaços públicos e imóveis pertencentes ou utilizados pelo Estado.
De acordo com pesquisas realizadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as vítimas de problemas congênitos, enfermidades ou causas traumatológicas somam 10% de todo o contingente. Outra pesquisa feita pela Universidade de São Paulo (USP) mostra que existem no Brasil cerca de nove milhões de deficientes em idade economicamente ativa. Ao todo, são 16 milhões de cidadãos, sendo sete milhões deles aptos a realizar algum tipo de atividade.
Para o presidente da Associação dos Deficientes Físicos de Mossoró (ADEFIM), Arenir Gonzaga de Moura, a sociedade é que não está adaptada para as pessoas portadoras que reivindicam o direito de ir e vir, sem nenhum tipo de paternalismo ou piedade. "A nossa sociedade não está adequada para entender as nossas necessidades. Nós já provamos, em muitas oportunidades, que somos capazes. Basta que as pessoas aceitem a realidade", completou.
Em Mossoró, segundo Arenir Gonzaga, a Adefim não tem nenhuma atividade para comemorar a data, mas a Companhia de Dança Esperança em Movimento foi convidada para fazer uma apresentação cultural amanhã no pátio do Supermercado Queiroz, a partir das 9h. "Seria interessante que essas pessoas que ainda têm algum tipo de discriminação, comparecessem para ver que nós também temos condições de superar as adversidades", disse.
O Brasil só oferece oportunidade de emprego a 11% de um universo de 16 milhões de cidadãos com algum tipo de deficiência, o que é considerado um índice muito pequeno que os 34% registrados na Europa e nos Estados Unidos. Na mesma pesquisa realizada pelo IBGE, mostra que aumentar o mercado de trabalho para as pessoas deficientes reduz o déficit público. O Ministério da Previdência Social gasta o equivalente a R$1.366 milhão com 900 mil portadores de necessidades especiais.
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