Pobreza
Moradores denunciam má qualidade de vida no bairro Manoel Deodato
População do bairro reclama da falta de investimento na localidade e denuncia o abando por parte da Prefeitura Municipal na gestão Leonardo Rego
Pobreza, fome, desemprego, doenças, violência e difícil acesso, esse são as mazelas do real quadro que se encontram os bairros periféricos de Pau dos Ferros, em especial o Manoel Deodato, um dos mais castigados pela atual administração local.
A miséria que assola os bairros da periferia, principalmente o Manuel Deodato tem chocado a população pauferrense.
Famílias inteiras vivem em total desespero pela falta de uma política séria que possa vir a amenizar a dura realidade dos moradores daquela comunidade.
"Moro aqui há muito tempo e nada mudou nesse período todo. Promessas tiveram muitas. Espero que alguém enxergue a nossa situação, não só da minha família, mas de todo o bairro que está precária", disse indignada a doméstica Maria Zélia Bessa, 42 anos, que mora numa casa de taipa com mais seis pessoas no bairro Manoel Deodato.
As condições de moradia e de acesso ao bairro também têm deixado muito a desejar. Nenhuma rua recebeu pavimentação. Terra e poeira invadem casas e prejudicam a população, agravando com é a inexistência de iluminação em algumas ruas.
"Aqui é um deserto, pois são poucos os carros que tem coragem de passar por aqui. Alguns que passam, quebram logo. Passamos dias sem coleta de lixo, pois o acesso aqui é precário", afirmou a desempregada Selma Lima, 27 anos.
O déficit habitacional naquelas localidades é alarmante. Construções de pau-a-pique predominam.
Outro fato bastante preocupante envolve a construção de casas de forma irregular e de barro pelos moradores. Mesmo fiscalizadas pela prefeitura, as famílias carentes sempre buscam formas de burlar o cerco. Entre janeiro e junho, período de chuvas na região, o risco das casas virem a baixo é redobrado.
"Fico imaginando quando chegar as chuvas. Tenho medo que a casa caia por cima de mim e de meus filhos. Vivo um dilema", disse Maria das Dores Silva, 29 anos, desempregada.
Já em relação a segurança, de acordo com a 4ª DRPC (Delegacia Regional de Polícia Civil), as maiores ocorrências estão concentradas nos bairros Manoel Deodato e Beira-rio, reflexo bastante visível da má qualidade de vida de seus moradores.
A maioria dos populares do Manoel Deodato e Beira Rio aguardam políticas sérias de assistencialismo e geração de emprego e renda, principais promessas de campanha do atual Prefeito que até os dias atuais não se cumpriram.
Bom IDH não é refletido na real situação da população |
Pau dos Ferros se destaca por ser um município pólo e desenvolvido comparado com os demais do semi-árido nordestino. Caracterizado por ter um comércio forte e ativo, atraindo uma receita que engloba todo o alto oeste, a cidade se depara com brutais contrastes em várias áreas, especialmente na área social.
Fato contrastante é que o município de Pau dos Ferros teve um PIB, segundo o IBGE em 2002, de R$ 51.808.000,00. Esses números ajudaram a cidade a ocupar o 7º melhor IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do Rio Grande do Norte e o 35º do Nordeste.
Ações sociais por parte dos órgãos competentes devem ser bem mais exploradas nas comunidades carentes do município. Incentivos fiscais, políticas públicas voltadas ao primeiro emprego e fomento à industrialização seriam saídas de médio prazo no caminho da inclusão social.
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