Uma ação ousada de bandidos na região do Médio Oeste desencadeou no sequestro de três pessoas na noite de segunda-feira (17), entre os municípios de Janduís e Messias Targino. O ex-prefeito da cidade de Antônio Martins, José Júlio, uma mulher identificada como Marilac, esposa do vereador Pedro Júnior, da cidade Marcelino Vieira, além da filha do casal, ficaram em poder dos sequestradores por mais de 12 horas.
De acordo com o delegado civil de Caraúbas, Dr. Dimas, José Júlio voltava de Natal em companhia do motorista e das outras vítimas, quando por volta das 22h30, na BR-110, entre os municípios de Janduís e Messias Targino, foram interceptados por uma caminhoneta S10 que estava atravessada na pista, obrigando-os a parar e imediatamente os homens anunciaram que se tratava de um sequestro.
O delegado disse que o motorista do ex-prefeito foi liberado pelos sequestradores para agilizar o pagamento do resgate, enquanto as vítimas foram levadas ao cativeiro, a princípio ainda ignorado. “As vítimas não sofreram agressões físicas, porém foram muito agredidas psicologicamente pelos bandidos, que frisavam a todo instante: ‘Se não pagarem o resto vocês morrem’”, explicou o delegado.
A família de José Júlio, ao ser informada do sequestro e que os bandidos estariam exigindo o resgate, providenciou logo o dinheiro, temendo que algo pior pudesse acontecer com as pessoas que estavam em poder do bando, conforme contou o delegado.
Um assessor do ex-prefeito repassou que os sequestradores exigiram uma quantia alta, muito difícil de ser levantada pela família, porém, sob a orientação do Serviço de Inteligência da Polícia, conseguiram reduzir o valor. "A princípio os sequestradores estavam intransigentes, não aceitavam diminuir o valor, porém com muita diplomacia da família chegou-se a um denominador comum", disse o assessor.
RESGATE
De acordo com a família, a quantia exigida pelo grupo de sequestradores de José Júlio, Marilac e a filha, para libertar o trio, seria em torno de R$ 100 mil, porém depois de muita negociação, foi pago o equivalente a R$ 25 mil.
A família disse ainda que o resgate teria sido pago na cidade de Pau dos Ferros, em uma rua por trás da Caixa Econômica Federal, na manhã de ontem, onde o dinheiro foi entregue aos ocupantes de um carro.
A polícia confirmou a versão da família e disse que após o pagamento do resgate, as vítimas foram deixadas, por volta das 12h30, nas imediações do Sítio São José, zona rural de Caraúbas.
Durante a tarde de ontem familiares e vítimas prestaram depoimentos na Delegacia de Caraúbas.
O delegado Dimas informou que várias diligências estão sendo efetuadas, além de buscas e vistorias em sítios e fazendas da região, no sentido de capturar os bandidos.
CATIVEIRO
Em depoimento, José Júlio disse que foi sequestrado e colocado dentro de um carro, juntamente com as outras duas vítimas, de olhos vendados e passaram a rodar por muito tempo em uma estrada aparentemente carroçável.
Ele disse ainda, que após certo tempo os colocaram em um quarto escuro e muito abafado até ao amanhecer do dia. Durante o tempo todo se ouvia os bandidos dizerem que se algo não saísse como planejado, iriam matar as vítimas. "Era uma pressão psicológica muito grande", informou.
Quando foi para ser liberado, ele contou que os homens os vendaram outra vez e rodaram por cerca de 40 minutos até chegarem ao sítio São José, onde foram soltos, já na RN 117 entre Caraúbas e Olho D'água do Borges. "Quando nos soltaram mandaram que andássemos e não olhássemos para trás, em seguida ouvimos o carro dar marcha ré e ir embora", disse.
APREENSÃO
As polícias civil e militar conseguiram apreender dois veículos, na região do Médio Oeste, suspeitos de terem sido usados pelos sequestradores na ação contra o ex-prefeito de Antônio Martins. Uma S10 que havia sido tomada de assalto na zona rural de Campo Grande. O veículo foi usado para bloquear a estrada na hora de fazer a abordagem às vítimas.
A polícia disse que um outro carro, dessa feita um Corola, foi encontrado na comunidade de Santo Antônio, em Caraúbas. Segundo a polícia, esse carro vinha sendo usado frequentemente em assaltos na região.
FONTE: JORNAL O MOSSOROENSE
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